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quinta-feira, 8 de julho de 2010

Software Livre


Software Livre


Na década de 80, quase todos os softwares que existiam eram proprietários e protegidos por leis de direitos autorais, o que impunha uma série de limitações aos usuários. Dentre essas limitações estava o problema que era o usuário que precisava se adaptar a maneira do software trabalhar não possuindo a flexibilidade de poder fazer alterações, e caso realmente precisasse dessas alterações, teria que pagar um preço alto para os desenvolvedores. Esse cenário trazia a necessidade de se criar uma forma para os usuários obter mais liberdade com o uso do software .
Em setembro de 1983, nascia o projeto GNU idealizado por Richard Stallman. Ele pretendia escrever um novo sistema operacional similar ao Unix, mas que fosse completamente livre e tivesse o código fonte aberto, de forma que pudesse ser lido por qualquer pessoa dando a liberdade de poder copiar, alterar, distribuir e contribuir para o projeto ou mesmo usá-lo para estudos, criando assim a comunidade de “software livre”.
O software livre ficou sendo definido em quatro tipos de liberdade:

Ter a liberdade de executar o programa, para qualquer finalidade.
Ter a liberdade de modificar o programa para atender às suas necessidades (Para tornar esta liberdade efetiva, na prática, você deve ter acesso ao código-fonte, uma vez que fazer alterações em um programa sem ter o código fonte é extremamente difícil).
Ter a liberdade de redistribuir cópias, cobrando uma taxa ou não.
Ter a liberdade para distribuir versões modificadas do programa, para que a comunidade pode se beneficiar de suas melhorias.


Free Software Foundation

Em outubro de 1985 foi criada a Free Software Foundation (FSF), para arrecadar recursos junto às grandes empresas e convocar programadores para ajudar no desenvolvimento e divulgação do Projeto GNU. Atualmente, a fundação ainda mantém o projeto GNU, porém atua com ênfase nos aspectos legais envolvendo software livre, incluindo a GNU General Public License (GPL), que é a licença usada no Projeto GNU e por vários outros softwares livres.
A GPL define a forma como o software Livre pode ser usado e distribuído. Sua primeira versão foi lançada em Janeiro de 1989, tratando de várias questões envolvendo um projeto de software. Com isso, devido a sua grande abrangência, em junho de 1991 foi lançada a segunda versão e em Junho de 2007 foi lançada a versão final do projeto.
A GPL está disponível apenas no idioma Inglês, não sendo reconhecida como oficial nenhuma tradução para qualquer outro idioma pela Free Software Foundation (FSF) com a alegação de que a tradução poderia mudar algum termo da licença e alterar o seu real objetivo.


GNU/Linux


O software livre mais conhecido e usado atualmente é o GNU/Linux ou simplesmente Linux, que é a combinação do kernel Linux e o sistema operacional GNU (STALLMAN, 2007). Existem várias versões do GNU/Linux que são chamadas de Distribuição Linux, e são chamadas assim porque cada uma delas traz uma lista de softwares já instalados para atender aos interesses do publico alvo. Como exemplo uma das distribuições mais conhecidas, o Ubuntu, traz softwares destinados ao usuário doméstico como tocadores de mídia e suíte para escritório. Já o Debian, vem preparado para servidores incluindo os softwares mais usados em servidores, como servidores de banco de dados, servidores de emails, servidores de firewall, dentre outros (AUGUSTO, 2006).
Um fato interessante é que algumas distribuições como as citadas, trás também software não livre como um pedaço de código do kernel ou drivers que são proprietários, etc. Estas distribuições não são reconhecidas pela Free Software Foundation como sendo completamente livres porque ferem algum dos quatros princípios da liberdade do software livre.


Comunidade de Software


Com o crescimento da comunidade de Software livre, além do GNU/Linux vários outros softwares livres para as mais diversas finalidades e sistemas operacionais são desenvolvidos pelo mundo. Uma grande prova disso é o site sourceforge.net que hospeda projetos de software livre. Segundo dados disponíveis no próprio site, em janeiro de 2009 havia mais de 2 milhões de usuários cadastrados e 230.000 projetos de software .
Além do sourceforge.net a empresa Google também hospeda e desenvolve projetos de software livre. A Google ainda fornece uma ferramenta muito interessante e eficiente para pesquisas de código fonte: Google Code Seacrh. Está ferramenta permite ao usuário realizar pesquisa de código-fonte em várias linguagens, como Java, C++, C# e PHP, dentre outras. Os resultados das pesquisas são formatados com linhas enumeradas e cores diferentes para os identificadores e comentários, exatamente como uma IDE de desenvolvimento. A ferramenta permite ainda pesquisar por códigos com diferentes tipos de Licenças de uso.
No Brasil, o governo federal criou o PORTAL DO SOFTWARE PÚBLICO BRASILEIRO, que apresenta um novo modelo de licenciamento, de gestão e de regras de disponibilização das soluções desenvolvidas pela Administração Pública e a rede de parceiros da sociedade. O objetivo é compartilhar soluções, reduzir custos, aprimorar os aplicativos disponibilizados e melhorar o atendimento à população, além de criar espaços de colaboração com a sociedade. Essa iniciativa do governo foi tão bem sucedida que o Paraguai está adotando o modelo de software público desenvolvido pelo Governo Brasileiro.
As vantagens do uso do software livre pelo governo podem ser comprovadas nos casos de sucesso como o do Tribunal Superior Eleitoral que usando software livre nas Urnas eletrônicas espera economizar de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões e até R$ 15 milhões para os próximos 10 anos.


Mudança de Mentalidade


Algumas empresas como a SUN, a IBM e a Google não vêem o software livre como uma ideologia e sim como um modelo de negócios, matemático. Em contrapartida ao processo tradicional baseado no registro de patentes, a adoção do software livre permite que as empresas inovem e tenham acesso as inovações mais rapidamente, o que é considerado essencial para se manter competitivo no mercado.
A IBM faz grandes investimentos em software livre, são mais de 600 desenvolvedores que trabalham com a comunidade de software livre em mais de 100 projetos. A IBM incentiva e da apoio as organizações para que elas migrem para software livre, inclusive dando desconto na aquisição de hardware.


Barreiras


Dentre os problemas enfrentados pela comunidade de software livre está a falta de recursos financeiros, de pessoas para ajudar nos projetos e processos por quebras de patente, o que leva a desmotivação e ao abandono de alguns projetos. O software livre também enfrenta barreiras por parte dos usuários que muitas vezes não se adaptam a mudança de ambiente e resistem em fazerem a troca.


REFERÊNCIAS

CAMPOS, Augusto. O que é uma distribuição Linux. BR-Linux. Florianópolis, março de 2006. Disponível em http://br-linux.org/faq-distribuicao. Acesso em 03 mar. 2010.

GEORG, C. F. Greve, Admirável Mundo GNU. Disponível em http://www.gnu.org/brave-gnu-world/issue-32.pt.html Acesso em 03 mar. 2010.

GNU.ORG, GNU GENERAL PUBLIC LICENSE, Disponível em http://www.gnu.org/copyleft/gpl.html. Acesso em 01 mar. 2009.

GOOGLE, Google e código aberto: Disponível em http://code.google.com/intl/pt-BR/opensource/. Acesso em 03 mar. 2009.

IBM ,Open Source na IBM. Disponível em http://www.ibm.com/br/linux/opensource/index.phtml. Acesso em 02 mar. 2010

STALLMAN, Richard, Linux and the GNU Project. Disponível em http://www.gnu.org/gnu/linux-and-gnu.html. Acesso em 01 mar. 2009.

SOUCEFORGE.NET, About , Disponível em http://sourceforge.net/about. Acesso em 02 mar. 2010.

ZMOGINSKI, Felipe. TSE migra urnas eletrônicas para Linux. Disponível em http://info.abril.com.br/aberto/infonews/042008/08042008-11.shl. Acesso em 22 mar. 2010.




1 comentários:

Dirlei Dionísio on 30 de julho de 2010 às 14:10 disse...

Excelente artigo, Evaldo. Parabéns!

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